Cantor relembrará grandes sucessos como “Romaria”, “Tocando em Frente”e “Amanheceu peguei a viola”
Em recente visita a Uberlândia, Renato Teixeira, uma das atrações do 3º Festival de Inverno da Serra da Canastra, falou sobre suas expectativas para o evento, sobre carreira e música. Confira a entrevista.
Essa é sua primeira apresentação do Festival, já conhecia a Serra da Canastra?
RENATO (R): Eu já tinha ouvido sim falar da Serra da Canastra como todo brasileiro que estudou e fez o ginásio, é uma referência na geografia Brasileira. Já estive lá também e andei por lá.
Qual a sua expectativa para o 3º Festival de Inverno da Serra da Canastra?
R: A expectativa de participar de um festival é sempre muito interessante. É em festivais que os músicos, artistas, letristas, arranjadores, produtores, pessoas envolvidas mesmo com o mundo musical se reúnem, em uma espécie de conversão de artistas brasileiros. Acho que isso é o interessante e acontece muito, essa troca de figurinhas, pois o festival hoje tem essa função e ele é fundamental, é essencial.
O evento é cultural e aberto ao público. Como você julga a realização de eventos como este, que incentivam levar a cultura às pessoas?
R: Bom esse estágio da vida cultural dos brasileiros ainda necessita que o Estado forneça e crie iniciativa privada para promover eventos como este. Mas o ideal é que eu vejo um país onde as pessoas têm trabalho, tem condição de ir ao teatro, tem condições de pagar e quando isso não acontece é fundamental que se leve cultura às pessoas. Porque é isso que vai educar o povo e é isso que vai fazer com que o cidadão acabe se transformando numa pessoa produtiva e capaz de passar pela vida de uma forma digna.
Para o festival qual o repertório que você está preparando? Vai levar para o público algumas de suas músicas mais famosas que tiveram participação de Sérgio Reis e Almir Sater?
R: Sem dúvidas. Eu como autor tenho que tocar meus sucessos mesmo, então eu venho e toco “Romaria”, “Tocando em Frente”, “Amanheceu peguei a viola”, enfim, todas as músicas conhecidas eu toco, pois isso foi meu triunfo. Ainda toco algumas canções que foram referência, porque a referência é muito importante na vida de um artista. E se as referências são boas, o artista também corresponde. Então eu tenho algumas referências importantes como Euclides dos Santos, Tião Carreiro, João Pacífico... Alguns artistas do passado que para mim deram uma padronizada na música. É gostoso porque é um show que tem muito bate papo, às vezes o público está mais receptivo, às vezes está mais introspectivo.
Você nasceu em uma cidade litorânea, em Santos. O que você pensa sobre o fato de muitas pessoas falarem da música caipira? O que te levou a essa vertente?
R: Eu nasci em Santos, passei minha infância em Ubatuba, no litoral e depois fui morar em Taubaté com 11 ou 12 anos. Mas a minha família é toda Ubatubana, eu sou a quinta geração de músicos na minha família. Para compor é necessário uma certa dose de sinceridade. A música caipira e a cultura caipira são muito mais que a música. Tem Guimarães Rosa, Monteiro Lobato, Tarsila do Amaral, é muito rica a coisa, entendeu... Então é em cima disso que eu me desenvolvi musicalmente, de onde tirei minhas referências, porque é a minha vida, é meu dia a dia, é o jeito de pensar do meu povo e isso é bom, pois ajuda a música a ficar mais convincente.
Você falava sempre com um carinho muito especial do Xavantinho. Tem algum outro cantor ou compositor que você tem vontade de dividir o palco?
R: Ah! Tem muitos. Tem Milton Nascimento, que eu nunca me apresentei com ele, tem Caetano Veloso, Chico Buarque, tem Gilberto Gil, a Bethânia. Eu cantei com Pena Branca e Xavantinho, cantei com Dominguinhos, com José Geraldo, Rolando Boldrin. Fiz muitos trabalhos legais.
Tem algum cantor mineiro, além do Milton Nascimento que você toma como referência?
R: Absolutamente todos! (risos) Eu costumo dizer que eu sou ‘pré-mineiro’. Minas começa no Vale do Paraíba, passa pela fase do ouro, das Capitanias Hereditárias e tem uma identidade cultural muito forte e eu sou absolutamente mineiro, por se dizer, ou mais que isso, eu estou lá no início do tutu com feijão, da vaca atolada, desses costumes. Essa identificação com mineiros é gostosa, pois tudo que vem de Minas me agrada e não é só a mim não... Eu tenho consciência que o povo brasileiro todo tem uma simpatia muito grande com os mineiros, assim como têm pelos cariocas, baianos, são alguns povos que são a cara do Brasil.
O 3º Festival de Inverno da Serra da Canastra será realizado em São Roque de Minas, nos dias 12 e 13 de julho e é realizado pela Moinho Cultural e conta com a co-realização da Prefeitura Municipal de São Roque de Minas, apoio da Sicoob Saromcredi e Associação Comercial e Empresarial de São Roque de Minas, apoio de mídia da TV Integração e incentivo da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.